Quais os sinais dessa infecção? O que causa o problema? Dá para prevenir? Esclarecemos essas e outras dúvidas logo abaixo!
Ela começa sorrateira, com pequenas alterações, como o descolamento das unhas e o aparecimento de manchas brancas ou amareladas. E, na pressa do dia a dia, tem gente que dá pouca atenção a esses sinais iniciais da micose, também chamada de onicomicose. Esse descuido pode levar a uma piora rápida do quadro.
Esclarecemos aqui as principais dúvidas sobre a micose das unhas, um problema mais frequente nos pés, para você saber como prevenir, identificar e tratar a infecção logo no início.
O que é a micose de unha?
A micose de unha é uma infecção comum, causada por fungos que se alimentam da queratina, proteína que compõe a maior parte da unha. Se não tratado, o processo infeccioso pode se espalhar por toda a unha, e até mesmo para outras unhas, tornando o tratamento mais difícil.
Por que a incidência nas unhas dos pés é maior do que nas das mãos?
Porque os pés costumam ficar fechados em meias e calçados, e esse ambiente quente e úmido favorece o desenvolvimento dos fungos. Segundo a dermatologista Fabia Oppido Schalch (CRM 105016 e RQE 39238), há o risco, inclusive, de os fungos de uma unha infectada se espalharem para meias e sapatos e, dessa forma, infectarem as
outras e até a pele dos pés. “Para evitar essa recorrência, recomendamos que o paciente faça um rodízio de sapatos. Além disso, é importante deixá-los arejar ao sol e aplicar um talco na parte interna. Mas vale lembrar que as unhas das mãos também podem ter micose, principalmente em pessoas que mexem muito com água. É que os pequenos traumas nas unhas, somados à umidade constante, podem levar à proliferação de
fungos na região.
Quais os primeiros sinais?
“Inicialmente, são pequenos descolamentos da unha, ou mudança de sua coloração, tornando-se esbranquiçada, amarelada ou, em alguns casos, até amarronzada ou enegrecida, dependendo do tipo de fungo. Com o tempo, pode haver também um espessamento, ela fica grosseira e chega até a se deformar. Mas os sintomas dependem do tipo de fungo. A Cândida, por exemplo, é menos causadora de onicomicose nos pés, mas, quando ocorre nas mãos, pode provocar também uma inflamação na pele ao redor
da unha, conhecida como paroníquia, problema chamado popularmente de
‘unheiro’”, explica Fabia.
Quais as possíveis causas da micose nas unhas dos pés?
A micose ocorre por uma infecção fúngica, mas os ambientes quentes e úmidos favorecem o seu desenvolvimento. Por isso, é importante ter atenção aos seguintes hábitos: secar bem os pés após o banho, evitar o uso de calçados e meias confeccionadas em material sintético, que aumentam a sudorese e não absorvem o suor.
Vale, ainda, trocar as meias diariamente, alternar o uso dos sapatos e, sempre que possível, optar por um modelo aberto, como sandálias ou chinelos.
Há pessoas com maior tendência a desenvolver micose nas unhas dos pés?
De acordo com a dermatologista, há um grupo que merece maior atenção: os diabéticos, os idosos e os pacientes que têm, de alguma forma, uma insuficiência da vascularização periférica, ou seja, dos dedos das mãos e dos pés. “Eles devem ter cuidado dobrado, já que a falta de oxigenação nessas regiões pode facilitar o desenvolvimento da infecção fúngica. Principalmente no caso das pessoas com diabetes, deve haver muita atenção, porque a infecção pode evoluir para problemas secundários, e a queda da imunidade pode ser uma porta de entrada para a erisipela.”
Como é possível prevenir?
Alguns cuidados ajudam a evitar as onicomicoses nos pés: manter as unhas bem cortadas e os pés bem higienizados, alternar o uso dos calçados e colocá-los ao sol e aplicar um talco na parte interna são bons hábitos. “Vale, ainda, ficar de olho na saúde das unhas. Se notar algum trauma ou descolamento, procure o dermatologista para uma avaliação”, orienta.
E atenção: como os salões de beleza também oferecem riscos, é importante verificar se todo o material utilizado para fazer as unhas é esterilizado na autoclave. “Recomendo que os pacientes com maior risco de desenvolver micose levem seu próprio kit, inclusive com esmaltes, pois um estudo recente comprovou que o produto pode ser local de cultura dos fungos.”
E como tratar?
Existem muitos tipos de tratamentos para micose de unha que incluem cremes, esmaltes, medicamentos orais, entre outros. Mas é preciso paciência e persistência, pois os fungos são muito resistentes e desenvolvem uma espécie de carapaça de proteção, o que torna o processo de cura bem lento. “O paciente demora para notar a melhora do
quadro, pois é preciso aguardar o crescimento natural da unha para que a parte danificada seja substituída pela unha saudável. Além disso, o fato de as unhas estarem nas extremidades do corpo, áreas que recebem menos aporte sanguíneo, também contribui para a lentidão do tratamento, principalmente quando realizado com medicamentos orais. Isso porque, após a ingestão, eles são absorvidos pelo sistema digestivo e somente depois são liberados para a corrente sanguínea. Agora, se as unhas
dos pés têm vascularização reduzida, imagine a pequena concentração de medicamento
Via: Veja Saúde