Algumas pessoas confundem as palavras tendinopatia e tendinite. Por mais que os dois problemas de saúde tenham sintomas muito parecidos, são condições distintas. A tendinopatia é um desgaste da proteína de colágeno, que é responsável pela formação dos tendões. Já a tendinite é somente uma inflamação que ocorre no tendão.
Ainda que estejamos mais acostumados com o termo tendinite, a tendinopatia é de fato mais comum. A diferença é que ela não é diagnosticada e reconhecida com a mesma frequência que a tendinite.
Mas você sabe o que é tendinopatia? Continue a leitura e saiba tudo sobre o assunto!
O QUE É TENDINOPATIA E POR QUE ELA OCORRE?
Como vimos, a tendinopatia, conhecida também como tendinose, é o desgaste do colágeno em um determinado tendão. Isso resulta em dor e queimação, incluindo a redução da abrangência e flexibilidade de movimento. Os tendões nada mas são que tecidos muito fortes que têm proteínas de colágeno, fazendo a conexão dos músculos com os ossos.
A tendinopatia pode limitar não somente as atividades esportivas, mas também nossas atividades diárias, podendo durar meses ou até mesmo anos caso não seja diagnosticada e tratada corretamente.
Apesar de a tendinopatia poder surgir em qualquer tendão, ela é mais comum em:
- tendão patelar (tendão que conecta a rótula à tíbia);
- tendão de Aquiles (conecta os músculos da região posterior da panturrilha ao osso do calcanhar);
- tendões da coxa (conecta os músculos isquiotibiais à pélvis, joelho e ossos da canela);
- tendões do manguito rotador (cobrem a cabeça do úmero, que é o osso do braço, ajudando você a levantar e girar esse membro).
QUAIS AS CAUSAS DA TENDINOPATIA?
A tendinopatia é mais comumente causada quando o tendão é utilizado em excesso, devido a ações repetitivas. Isso pode incluir atividades esportivas, de trabalho ou do dia a dia, o que significa que alguns dos grupos de maior risco de tendinopatia incluem pessoas que fazem trabalho manual, atletas e músicos.
A ausência de tônus muscular e o envelhecimento também podem causar o progresso da tendinopatia. Antes, os médicos achavam que a tendinopatia era a consequência da tendinite. Porém, depois de olhar pelo microscópio amostras de tendões lesados, muitos agora acreditam que na verdade é o inverso — a tendinite é a consequência final de uma tendinopatia.
Outras causas podem incluir:
- artrite;
- velhice;
- a falta de tônus muscular;
- obesidade (pois isso coloca os tendões do corpo sob maior estresse);
- estresse repentino em um tendão (por exemplo, um esporte de alto impacto após um período de inatividade).
QUAIS OS CUIDADOS PARA EVITAR ESSE PROBLEMA?
A tendinopatia pode ser prevenida facilmente evitando, por exemplo, um aumento repentino nas atividades físicas. Em vez disso, recomenda-se ir aumentando gradualmente os exercícios.
Assim, se você decidir começar a treinar para uma maratona, em vez de começar correndo por 30 minutos, 6 vezes por semana, tente começar correndo 3 vezes e, em seguida, adicione uma corrida extra por semana, até que possa correr com mais segurança 6 vezes.
Além disso, mantenha hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e a prática de exercícios que fortaleçam a musculatura.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA TENDINOPATIA?
A tendinopatia geralmente se apresenta com uma dor em queimação e inchaço na área afetada. Os sintomas de uma lesão no tendão podem ser parecidos ou combinados com a bursite.
Os sintomas e sinais incluem:
- dor localizada;
- menos força no membro;
- vermelhidão e calor no local;
- dificuldade de se movimentar;
- dor que piora quando o tendão é usado;
- inchaço, vermelhidão e calor na pele na área afetada;
- um aumento perceptível da dor e rigidez durante a noite e logo pela manhã.
QUAIS OS POSSÍVEIS TRATAMENTOS?
Há muita formas de tratar a tendinopatia, seja em casa ou com a ajuda de um fisioterapeuta capacitado. O modo como você trata essa condição dependerá da causa e da gravidade da doença.
TRATAMENTOS CASEIROS
Se sua tendinopatia for recente ou relativamente leve, você pode iniciar tratamentos caseiros. É uma boa ideia começar tratando a área com uma bolsa de gelo nos primeiros três dias. O gelo ajudará na redução do inchaço e da dor. É recomendado aplicar uma bolsa de gelo por cerca de 20 minutos.
Após três dias de uso de gelo, os tratamentos térmicos podem ser uma escolha melhor para a dor de tendinopatia. A aplicação de calor ajudará o fluxo sanguíneo e relaxará os músculos, facilitando a cura da lesão.
Além disso, é recomendado:
- descansar a área afetada tanto quanto possível;
- aplicar uma bolsa de gelo na lesão até oito vezes ao dia para reduzir o inchaço;
- utilizar uma compressa de bandagem elástica, enrolada firmemente, mas não muito apertada ao redor da área afetada;
- manter a área afetada em um nível mais alto com a ajuda de um travesseiro, por exemplo. Isso auxiliará na redução do inchaço.
Lembre-se de mudar de uma bolsa de gelo para uma bolsa de calor após três dias de tratamento de sua lesão.
CUIDADOS COM O FISIOTERAPEUTA
Se a sua lesão for mais séria ou não melhorar após alguns dias de tratamentos caseiros, a melhor opção é procurar ajuda profissional. Um fisioterapeuta pode ajudá-lo a avaliar a gravidade e a causa da doença e a melhor forma de tratá-la.
Sendo um profissional especialista, ele também pode trabalhar com você para desenvolver um plano de tratamento, a fim de ajudá-lo a diminuir a probabilidade de recorrência.
É uma boa ideia consultar um fisioterapeuta se você estiver sob alto risco ou trabalhar em uma profissão na qual movimentos repetitivos são comuns.
CIRURGIA
A cirurgia geralmente é considerada a última opção no tratamento da tendinopatia. Em outras palavras, ela só é realizada depois de o paciente já ter tentado todas as outras opções de tratamento.
Caso se confirme a necessidade do procedimento, o tipo de cirurgia dependerá do tendão que foi afetado e da extensão do problema. Uma visita ao seu médico e ao fisioterapeuta é um bom ponto de partida para elaborar um plano de tratamento e resolver o que causou a doença, evitando que ela volte a aparecer.
Por fim, vale ressaltar que a tendinopatia de longo prazo ou recorrente geralmente tem diversas causas, o que exigirá uma avaliação completa e um plano de reabilitação individualizado. Nesse contexto, é muito importante buscar um diagnóstico especializado para definir o tratamento correto para cada caso.
Fonte: Doctor Shoes